Depois de um mês e dez dias internado no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), o árbitro de futebol José Raimundo de Santana Filho, mais conhecido pelos amigos como “Lábigó”, faleceu no início da noite de segunda-feira, 30 de setembro, em Teresina.
O corpo chegou em Regeneração às 6 horas da manhã da terça-feira, 1º de outubro, e foi velado durante todo o dia na residência de sua mãe, Dona Chica Juriti, na Rua São Francisco, no centro da cidade.
Zé Filho era árbitro oficial de futebol da Associação de Arbitragem do Médio Parnaíba (DEAMP) e pertencia ao núcleo de árbitros da cidade de Amarante (AAFA), Associação de Arbitragem de Futebol Amarantino.
Entenda o que aconteceu
Zé Filho estava internado no HUT em Teresina desde o dia 25 de agosto, após sofrer um acidente de moto quando voltava da cidade de Amarante para Regeneração. O acidente ocorreu entre 3 e 4 da madrugada de sábado. Sua moto caiu em uma ribanceira nas proximidades do Posto São Francisco. O corpo de Zé Filho só foi encontrado apenas às 10 horas da manhã do dia seguinte domingo, desacordado.
Após passar horas sem receber atendimento médico, ele foi socorrido e levado para a capital em estado muito grave. Ficou 25 dias em coma na sala vermelha do HUT, lutando pela vida. No vigésimo quinto dia, o árbitro do DEAMP acordou e foi transferido para a enfermaria.
De acordo com Caio José, filho mais velho de Zé Filho, o pai estava reagindo muito bem após ter saído do coma e chegou a apertar sua mão. Nos dez dias em que permaneceu na enfermaria, ele ainda não falava, mas conseguia entender e reconhecer as pessoas, além de responder a perguntas por gestos.
Todos acreditavam que o pior já havia passado. No entanto, no início da noite de segunda-feira, 30, Zé Filho sofreu uma trombose. Seu estado de saúde piorou rapidamente, e ele voltou para a sala vermelha, onde, cerca de uma hora e meia depois, veio a falecer.
Zé Filho era um árbitro muito qualificado, atuando tanto como árbitro principal quanto como assistente em jogos por diversas cidades do Médio Parnaíba. Ele sempre participava de cursos de capacitação para se manter atualizado com as regras e tinha grande preocupação em manter uma boa forma física. Costumava dizer que “um árbitro que não tem bom preparo físico não serve para apitar jogos, pois não consegue acompanhar os lances”.
Despedida
Na última despedida, vários amigos da arbitragem: Capitão Nilton, Domingos Frasão, presidente da (AAFA), Péricles, Tárcia, Francisco Guará, e Antônio de Góes, vieram até à cidade de Regeneração para se despedir do amigo.
Durante o velório, os árbitros prestaram uma homenagem, entregando ao filho Caio José a última camisa que as duas associações de arbitragem haviam mandado confeccionar, mas que Zé Filho não teve tempo de receber. Nesse momento, Tárcia, amiga e árbitra de futebol da cidade de Jardim do Mulato, fez um discurso carregado de emoção:
“Quero que você receba essa camisa, Caio, e que tenha orgulho dela, porque o Zé Filho tinha orgulho de vesti-la. A profissão de árbitro de futebol é muito complexa e até ingrata. A gente sai de casa e, às vezes, é xingado, agredido. Para alguns, é apenas um complemento, mas para muitos é o ganha-pão. Às vezes, somos humilhados e ofendidos, mas, mesmo assim, entramos em campo e fazemos o nosso melhor, porque amamos o que fazemos. Seu pai tinha amor por essa profissão, ele amava o que fazia”, disse Tárcia, amiga que Zé filho só chamava carinhosamente de “princesa”.
Sob muita comoção, o sepultamento ocorreu às 18 horas no Cemitério São José, no Bairro São
José Raimundo de Santana Filho, tinha 45 anos e deixa cinco filhos.
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