Há exatamente um ano, em 29 de outubro de 2024, a vida do prefeito de Angical do Piauí, Bruno Neto (MDB), mudou drasticamente. Aos 38 anos, recém-reeleito com mais de 80% dos votos e reconhecido nacionalmente por sua gestão transparente, Bruno recebeu o diagnóstico de leucemia linfoide aguda — uma das formas mais agressivas da doença. Desde então, sua trajetória tem sido marcada por dor, fé, resiliência e esperança.
Nesta última quarta-feira (29), Bruno usou suas redes sociais para fazer um balanço sobre o primeiro ano de sua batalha contra a leucemia. Em um relato comovente, o gestor detalhou os procedimentos médicos invasivos, as complicações enfrentadas e o custo pessoal da luta contra a doença, encerrando com uma mensagem de fé e superação.
O início de uma batalha inesperada
Tudo começou com um check-up de rotina. Um exame de sangue revelou alterações preocupantes nos leucócitos. “Naquele dia, parecia que um buraco se abriu sob meus pés”, relembrou Bruno em vídeo publicado nas redes sociais. Dias depois, veio a confirmação do diagnóstico de Leucemia Mielóide Crônica, um tipo de câncer que afeta a medula óssea e a produção de células sanguíneas.
Diante da gravidade do quadro, Bruno foi transferido para São Paulo, onde iniciou sessões intensas de quimioterapia. Em meio ao tratamento, surgiu uma notícia que mudaria o rumo da luta: seu irmão, Barone Neto, era 100% compatível para um transplante de medula óssea.
Na publicação de quarta-feira, Bruno enumerou os momentos mais marcantes do tratamento: “Neste período… retiraram meu baço; retiraram meu estômago; tive osteonecrose na cabeça do fêmur; passei um mês sem poder colocar o pé no chão”, relatou.
Transplante, complicações e fé inabalável
O transplante foi realizado em 6 de maio de 2025. Doze dias depois, os exames confirmaram que a medula “pegou” — sinal de que as novas células estavam produzindo sangue saudável. “Foi como um renascimento”, disse Bruno, emocionado, ao lado da mãe, em uma foto publicada no Dia das Mães, direto do hospital.
Mas a vitória inicial veio acompanhada de duras provações. O prefeito de Angical enfrentou complicações graves: necrose no baço e parte do estômago, que precisaram ser removidos, além de osteonecrose na cabeça do fêmur, o que o deixou um mês sem conseguir andar. Foram quase 200 dias de internação, 19 punções lombares, duas cirurgias abdominais e uma perda de 34 quilos. Por seis meses, Bruno se alimentou por sonda.
O golpe mais duro: a distância da família
Entre todas as dificuldades físicas, Bruno destacou o afastamento da família como o aspecto mais doloroso. “E o pior, passei mais de sete meses longe dos meus filhos”, desabafou. O isolamento é uma recomendação médica comum para pacientes submetidos a transplantes, devido ao alto risco de infecções.
Recidiva e retorno a São Paulo
Em setembro, já de volta às atividades públicas na prefeitura de Angical, Bruno voltou a sentir fortes dores de cabeça. Novos exames confirmaram a recidiva da doença — quando o câncer retorna após um período de remissão. Mais uma vez, ele precisou se afastar da família e retornar a São Paulo para reiniciar o tratamento.
“Tive recidiva do transplante; tive que voltar pra São Paulo”, explicou, indicando uma interrupção na recuperação que exigiu nova etapa de cuidados intensivos.
Reconhecimento e apoio popular
Durante todo o processo, Bruno Neto recebeu uma onda de solidariedade. Amigos, familiares, colegas de trabalho e cidadãos de Angical se uniram em orações e mensagens de apoio. “Minha eterna gratidão a Deus, aos médicos que cuidaram de mim, à minha família pela força diária e a todos que oram pela minha cura”, escreveu em uma publicação.
Mesmo debilitado, Bruno manteve a transparência que sempre marcou sua gestão. “Não posso atender a todos como gostaria, mas estou aqui, disponível, mesmo que por telefone ou mensagem”, disse.
Apesar do quadro desafiador, o prefeito não perdeu o otimismo. “Estou preparado para o que vier.
Um alerta sobre a doação de medula óssea
A história de Bruno Neto vai além da política. Ela se tornou um alerta sobre a importância da doação de medula óssea. No Piauí, apenas 3% da população está cadastrada como doadora — um número ainda muito baixo. O caso do prefeito mostra como a solidariedade pode salvar vidas.
Mensagem final: fé, ciência e gratidão
Bruno encerrou sua publicação com uma mensagem que resume sua jornada: “Mas aqui sigo, firme e na fé, respeitando os planos de Deus, confiando na ciência e preparado para o que der e vier. Minha eterna gratidão a Deus, aos médicos que cuidaram e cuidam de mim, à minha família pela força diária e todos que oram pela minha cura. Vamos pra cima!”
Leia a mensagem na integra.
“Hoje faz 1 ano que descobri a Leucemia.
Neste período…
Retiraram meu baço;
Retiraram meu estômago;
“Tive osteonecrose na cabeça do fêmur;
Passei 1 mês sem poder colocar o pé no chão;
Fiz quimioterapias, imunoterapias, radioterapias;
Fiz transplante;
Fiz 19 punções na lombar;
Fiquei quase 200 dias internado;
Usei sonda por 6 meses pra me alimentar;
Minha barriga foi aberta 2 vezes;
Perdi 34 quilos;
Tive recidiva do transplante;
Tive que voltar pra São Paulo;
E o pior, passei mais de 7 meses longe dos meus filhos;
Mas aqui sigo, firme e na fé, respeitando os planos de Deus, confiando na ciência e preparado para o que der e vier.
Minha eterna gratidão a Deus, aos médicos que cuidaram e cuidam de mim, à minha família pela força diária e todos que oram pela minha cura.
“Vamos pra cima”



