O Tribunal do Júri da comarca de Regeneração condenou, nesta semana, Francisco Soares da Silva, conhecido como Chico Lucas, a 20 anos e 5 meses de reclusão em regime fechado pelo homicídio triplamente qualificado de Luiz da Cruz Monteiro da Silva, ocorrido em 14 de outubro de 2023. A sentença foi proferida após firme atuação do Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), representado pelo promotor de Justiça Márcio Carcará.
Crime de extrema violência
De acordo com a denúncia apresentada pelo MPPI, o crime ocorreu por volta das 14h30, no Morro da Zabezinha, bairro São Vicente, zona urbana de Regeneração. A vítima, Luiz da Cruz, de 52 anos, foi morta com golpes de arma branca, tendo a cabeça decapitada durante o ataque.
Conforme destacou o promotor de Justiça Márcio Carcará, o réu foi movido por motivo fútil e agindo com extrema crueldade, utilizou arma branca para ceifar a vida de Luiz da Cruz Monteiro da Silva, valendo-se de recursos que dificultaram qualquer possibilidade de defesa por parte da vítima.
Segundo relatos da Polícia Militar. No dia do crime, após uma discussão iniciada na residência do acusado, Francisco Soares desferiu diversos golpes de facão contra Luiz, atingindo principalmente a região do pescoço. A cena foi descrita como de “extrema crueldade” pelos agentes que atenderam a ocorrência.
Confissão e alegação de legítima defesa
Após o crime, o acusado fugiu do local, mas foi capturado horas depois pela Polícia Militar, com apoio de moradores que indicaram seu paradeiro. Francisco foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil de Água Branca, onde confessou a autoria do homicídio.
Em depoimento, alegou ter agido em legítima defesa, afirmando que Luiz o teria atacado
Durante o interrogatório realizado pela Polícia Civil de Água Branca, Francisco Soares da Silva confessou ter sido o autor do homicídio. Em sua versão dos fatos, afirmou que a vítima, Luiz da Cruz Monteiro da Silva, o acusava de ser ladrão e ameaçava expulsá-lo da residência onde vivia. Segundo o réu, o crime teria ocorrido após Luiz declarar que ele deveria deixar a casa, pois seria um criminoso, e que tomaria posse do imóvel.
Apesar da alegação, a investigação concluiu que o crime foi cometido por motivo fútil, com emprego de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima — qualificadoras que agravaram a pena.
Sentença e início do cumprimento
Após análise das provas e dos depoimentos, o magistrado responsável fixou a pena em 20 anos e 5 meses de reclusão, determinando o início imediato do cumprimento em regime fechado. A decisão foi fundamentada na gravidade do crime e na necessidade de resposta penal proporcional à violência praticada.
Repercussão na cidade
O homicídio causou forte comoção entre os moradores de Regeneração. A brutalidade do ato geraram indignação e medo na população local. Em um ato de revolta, a esposa da vítima ateou fogo na motocicleta do acusado. Em áudio compartilhado por aplicativos de mensagens, ela desabafou:
“A justiça dos homens não prevalece, por isso estou queimando a moto do assassino. Meu Deus, o que será de mim e do meu filho?”
A motocicleta foi localizada e incendiada pouco após a divulgação da prisão de Francisco Soares. O gesto, embora impulsivo, refletiu o impacto emocional do crime na família da vítima.
Investigação e evidências
Durante as diligências, foram apreendidos três facões que teriam sido utilizados no crime. Imagens das armas circularam nas redes sociais e foram encaminhadas para perícia. O corpo de Luiz da Cruz foi levado ao Instituto de Medicina Legal (IML) para realização de exame cadavérico, sendo posteriormente liberado à família para o funeral.
A Delegacia de Polícia Civil de Água Branca ficou responsável pela investigação, que incluiu coleta de testemunhos, análise de evidências materiais e reconstrução da dinâmica dos fatos.
