Bruenque.com.brBRASILAos 93 anos, Brasil perde Silvio Santos, o maior apresentador da televisão Brasileira.

Aos 93 anos, Brasil perde Silvio Santos, o maior apresentador da televisão Brasileira.

O Brasil amanheceu em luto no sábado, 17 de agosto de 2024, com a notícia da morte de Silvio Santos, aos 93 anos. Internado desde o início do mês no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, o apresentador faleceu às 4h50 da manhã, vítima de uma broncopneumonia decorrente de uma infecção por Influenza A (H1N1). A despedida foi marcada por uma cerimônia íntima, conforme o desejo do próprio Silvio, respeitando os ritos judaicos.

Senor Abravanel, nome de batismo do apresentador, deixa a esposa Íris Abravanel, seis filhas, 14 netos e quatro bisnetos. Mais do que números, deixa um legado que moldou a televisão brasileira e influenciou gerações.

De camelô a ícone nacional

Nascido em 1930, no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, filho de imigrantes judeus, Silvio começou a trabalhar cedo como camelô. Vendia canetas, capas de título de eleitor e outros itens com uma habilidade de comunicação que logo chamou atenção. Um fiscal da prefeitura, impressionado com sua desenvoltura, o indicou para um teste na Rádio Guanabara. Aprovado, Silvio iniciou sua trajetória como locutor, mas voltou ao comércio ambulante por ser mais lucrativo.

A virada veio nos anos 1950, quando se mudou para São Paulo e passou a atuar como animador de circos e caravanas. Em 1958, assumiu o Baú da Felicidade, transformando o negócio em um sucesso popular. No ano seguinte, estreou na televisão com o programa “Vamos Brincar de Forca”, e em 1963 lançou o “Programa Silvio Santos”, que se tornaria o mais longevo da TV mundial com o mesmo apresentador.

O império da comunicação

Em 1981, Silvio fundou o SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), após conquistar concessões de canais que pertenciam à extinta TV Tupi. O SBT rapidamente se consolidou como a segunda maior emissora do país, com uma programação voltada para a família e as classes populares. Quadros como “Porta da Esperança”, “Qual é a Música?” e “Show de Calouros” tornaram-se clássicos.

Silvio também foi um empresário visionário. Criou marcas como Jequiti, Tele Sena e expandiu seus negócios para hotelaria, cosméticos e capitalização. Seu estilo irreverente, com bordões como “Quem quer dinheiro?” e os famosos aviõezinhos de notas jogados para a plateia, tornaram-no uma figura única no entretenimento.

Tentativa política e episódios marcantes

Em 1989, Silvio anunciou sua candidatura à presidência da República pelo extinto PMB. A candidatura foi barrada pelo TSE, mas chegou a alcançar 30% das intenções de voto nas pesquisas. Apesar de nunca ter comentado publicamente sobre o episódio, sua entrada na política mostrou o alcance de sua popularidade.

Outro momento marcante foi o sequestro de sua filha Patrícia Abravanel, em 2001. Após sete dias em cativeiro, ela foi libertada, mas o sequestrador invadiu a casa de Silvio e o manteve refém por sete horas. O caso só terminou com a intervenção do então governador Geraldo Alckmin.

Homenagens

A morte de Silvio Santos gerou uma onda de comoção nacional. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou: “Silvio Santos foi a maior personalidade da história da televisão brasileira. Seu rosto e voz estarão para sempre nos domingos dos brasileiros.” O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, destacou: “Deixará marca eterna na comunicação brasileira por sua conexão única com o público.”

Apresentadores como Luciano Huck, Eliana, Celso Portiolli e Maisa Silva também prestaram homenagens emocionadas. “Hoje é sábado, mas o domingo é que está de luto”, disse Huck. Já Maisa relembrou: “Silvio deu asas ao meu sonho. Ele enxergava o que ninguém via.”

Carlos Alberto de Nóbrega, amigo de décadas, resumiu: “Adeus, amigo. Foram 70 anos de amizade e uma saudade que será eterna.”

O legado eterno

Silvio Santos não foi apenas um apresentador. Foi um arquiteto da televisão brasileira, um empreendedor nato e um símbolo de ascensão social. Sua trajetória, do camelô ao dono de um império midiático, é uma narrativa de perseverança, criatividade e conexão com o povo.

Mesmo afastado da TV desde 2022, sua presença seguia viva na memória coletiva. Como disse sua filha Cíntia Abravanel: “O Silvio Santos que vocês querem está no YouTube. Aquele Silvio não existe mais.”

Hoje, o Brasil se despede de um homem que transformou o modo de fazer televisão, que fez da simplicidade sua força e da alegria sua marca registrada. Silvio Santos não apenas veio aí — ele ficou. E ficará para sempre.

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Um pouco sobre nós

José Pereira

O editor e fundador do portal bruenque.com.br. Há duas décadas joga no time do jornalismo da Rádio Tribuna de Regeneração: produziu e editou milhares de matérias, reportagens e entrevistas ao longo de 23 anos atuando na área.

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