Depois de três meses nos Estados Unidos, o ex-presidente Jair Bolsonaro desembarcou no Brasil no começo da manhã dessa quinta feira , 30 de Março , o avião em que o ex – presidente estava pousou por volta das 6:40 da manhã no aeroporto internacional da capital federal, o presidente Jair Bolsonaro retornou da Flórida onde passou 89 dias.
Depois dos atos antidemocráticos de oito de janeiro, em que bolsonaristas radicais invadiram e depredaram a sede dos três poderes, um forte esquema de segurança, com viaturas das polícias civis e militares, Detran, helicóptero, e até a presença de homens das forças armadas, foi montada nas ruas da capital federal, no retorno do presidente.
Viajem antes da posse
O ex-presidente saiu do país antes mesmo do fim do seu mandato, Bolsonaro viajou do Brasil no dia 30 de dezembro, um dia antes de acabar seu mandato presidencial, e não passou a faixa para o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, na posse que aconteceu em Brasília, no dia primeiro de janeiro.
Um fracasso : Bolsonaro não fez a entrada de impacto que desejava
Para alguns analistas de política, a chegada de Bolsonaro foi um grande fracasso em termos de mobilização popular.
A expectativa por parte do PL (partido Liberal) é que haveria 5000 apoiadores no Aeroporto, o cenário foi muito diferente do que era esperado.
Quando o avião posou, Jair Messias Bolsonaro era aguardado no saguão do aeroporto, apenas por cerca de 100 de seus apoiadores, que se aglomerarão na área do desembarque, Bolsonaristas de raiz que não puderam fazer a recepção que desejavam ao ex – mandatário do Brasil.
– Em termos de mobilização foi um fracasso, não cabe nenhuma comparação histórica com o retorno de Juan Domingo Perón, havia uma confusão no aeroporto, quando Peron voltou, tinham milhares, se não milhões de pessoas o aguardando em Buenos Aires. Portanto, o retorno até o momento, em termos de mobilização é um fracasso, analisou o comentarista de política da CNN Brasil, Marco Antônio Villa.
Apesar da concentração do número considerado pequeno de Bolsonarista , o ex-presidente Jair Bolsonaro fez o desembarque por uma área privativa do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, não parou para falar com a imprensa, nem com os correligionários que o esperavam.
Após o desembarque, Bolsonaro foi a um encontro com lideranças na sede do PL. Além dos apoiadores, Bolsonaro também foi recebido pela ex primeira dama Michelle Bolsonaro, Valdemar da Costa Neto (Presidente do PL) e Braga Neto, que foi vice na chapa derrotada nas eleições de outubro de 2022.
Valdemar da Costa Neto
O ex-presidente vai fixar residência em Brasília onde já alugou uma casa. Bolsonaro passará agora ocupar o cargo de presidente de honra do PL, vai receber um salário de 39.200, mais duas aposentadorias que tem direito, uma da câmara, por ter sido deputado e outra do exército Brasileiro, o total dos rendimentos pode chegar, a cerca de 100 mil reais mensais.
Pesquisas internas do PL, mostram que Jair Bolsonaro ainda consegue transferir uma grande parcela dos seus votos e Valdemar da Costa Neto tem planos bem ambiciosos com esse capital eleitoral do capitão. Um dos planos do presidente do PL é expandir, de 400 prefeituras, que o partido tem hoje, para mais de 1000, e para isso conta com Jair Bolsonaro como seu cabo eleitoral. Entretanto, há os que apostam, que ainda esse ano Bolsonaro se tornará inelegível pelo superior tribunal superior eleitoral, mas para isso, Valdemar também já teria um plano B. Em evidência no partido, Michele Bolsonaro seria uma eventual herdeira do Bolsonarismo para o caso de Jair Bolsonaro se tornar inelegível.
Presentes dos Reis Sauditas a Bolsonaro
Antes de pensar em eleições, Bolsonaro terá agora que responder em sua volta ao Brasil, muitas perguntas, uma delas, é sobre o caso das joias milionárias da Arábia Saudita, o capitão aposentado terá que explicar, como presentes doados ao estado brasileiro, foram tratados como bens pessoais e foram parar nos acervos da família Bolsonaro. A polícia Federal já marcou o primeiro depoimento para o dia cinco de abril. Em Brasília há também quem diga, que sair de todo esse rolo, apenas inelegível, vai sair barato para Bolsonaro.
