O presidente Lula embarcou hoje, 11 de abril, da base aérea de Brasília, para uma viagem de quatro dias a China, a ida estava programada para acontecer no dia 26 de março, mas foi adiada após o presidente ser diagnosticado com uma broncopneumonia.
Após decolagem, o voo presidencial e toda sua comitiva fará duas escalas antes de chegar a China, a primeira, em Abu Dhabi, em seguida o avião fará um pouso nos Emirados Árabes Unidos.
Missão presidencial de Lula
Na comitiva de Lula, estão dezenas de empreendedores brasileiros, dezenove deputados, oito ministros, cinco governadores e oito senadores, entre eles, o presidente do senado Rodrigo Pacheco.
Na Ásia, Lula tratará principalmente das relações comerciais com a China, mas questões como a guerra entre Rússia e Ucrânia não ficarão de fora das conversas.
Na agenda de negócios previstas, estão na pauta, a venda de 20 aviões da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica S/A) para os chineses, outro importante assunto comercial que também será tratado nessa viagem, será a venda da fábrica da Ford na Bahia, o negócio foi fechado no ano passado pela fabricante de carros elétricos BYD.
A visita do presidente do Brasil ao país chinês vai começar pela cidade de Xangai, maior vitrine e centro financeiro da China. Nessa cidade, Lula vai se reunir com representantes de grupos de empresários dos setores de infraestrutura, mas o principal encontro econômico será mesmo o que está agendado com os representantes das gigantes de tecnologia Huawei e da indústria automobilística BYD.
Com os primeiros, será debatido o destino da implantação infraestrutura 5G no Brasil. Os últimos, assumiram o compromisso de reabrir a última fábrica da montadora Ford, que há muito tempo está fechada no Brasil.
Lula : queremos comprar e vender para China
Nessa segunda feira, em entrevista ao programa de rádio a Voz do Brasil, Lula falou sobre os objetivos da viajem ao maior país da Ásia e também o maior parceiro comercial do Brasil.
– A Política internacional é sempre uma via de duas mãos, ou seja, você não vai na China apenas querer saber o que os chineses vão fazer aqui, o quê que os chineses vão comprar de nós, nós também queremos tentar mostrar para os chineses, que nós temos coisas para vender e não só também tentar vender para cá, nós queremos é que os chineses façam investimentos para gerar novos empregos e para gerar novos ativos produtivos no Brasil. O Brasil tem uma belíssima relação com a china, o Brasil faz parte do BRICS junto com a China, a China é o nosso principal parceiro comercial, a China tem bons e grandes investimentos aqui no Brasil, nós vamos tentar convencer os chineses a fazer mais investimentos aqui, mas nós também vamos tentar vender aviões da Embraer para eles, nós vamos tentar vender mais soja, tentar vender mais milho, tentar vender mais carne de suíno, carne de gado, ou seja, nós também vamos tentar vender as coisas que nós produzimos aqui, enfatizou Lula.
Posse de Dilma Rousseff, principal agenda de Lula
A viagem do presidente brasileiro a China também tem entre seus objetivos garantir a posse da ex – Presidente Dilma Rousseff, no Banco dos Brics NDB (Novo Banco de Desenvolvimento, da organização). Rousseff já devia ter tomado posse no dia 29 de março. mas devido ao cancelamento da primeira missão presidencial á China, em função dos problema de saúde de Lula, o evento não aconteceu. Dilma foi indicada em fevereiro para assumir a instituição financeira, entretanto, a cerimônia da posse oficial só vai acontecer agora com a presença do maior padrinho político da ex-presidente, na sede do banco, que também fica na cidade de Xangai. Está na cerimônia era um desejo pessoal de Lula.
Os Brics é um grupo político formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul Dilma vai dirigir o NDB por dois anos.
Além de dar posse a Dilma Rousseff e assinar mais de 20 acordos comerciais com a China, segundo o presidente do Brasil, um dos seus objetivos é também resgatar as boas relações que existia com o Dragão antes do governo de Jair Bolsonaro.
– A China é um parceiro hoje essencial para o Brasil e para a américa Latina, então, nós queremos fortalecer essas relações. O Brasil tinha uma relação amortecida, porque depois que nós deixamos a presidência, depois que houve um golpe, um pouco dessa relação ficaram amortecida. O último presidente não entendia nada de política externa e não gostava de fazer política externa, eu quero fazer uma forte política externa, porque o Brasil tem que voltar a ser protagonista internacional, o Brasil precisa ter muita representatividade junto aos Estados Unidos, junto a China, junto a Rússia, junto a união Europeia, nós vamos consolidar nossa relação com a China, nós vamos, eu vou convidar o Xi Jinping para vir ao Brasil, para uma reunião bilateral, para conhecer o Brasil, para mostrar os projetos que nós temos de interesse de investimento dos chineses (…..) o que nós queremos é construir parceria com os chineses, nós queremos é fazer sociedade com os chineses, disse Lula.
Há mais de uma década, a China se tornou nosso mais importante parceiro comercial no mundo, só no ano de 2022, os chineses compraram do Brasil quase US$ 90 bilhões em mercadorias. Os Estados Unidos, nossos segundos maiores compradores, importaram US$ 39 bilhões.
