Após 15 meses de guerra e mais de 45 mil mortos, Israel e Hamas chegaram a um acordo de cessar-fogo em meio ao conflito devastador. O acordo, anunciado na quarta-feira, 15 de janeiro de 2025, foi intermediado pelo Catar, Egito e Estados Unidos, marcando um passo significativo para a paz na Faixa de Gaza.
O conflito, que começou em 7 de outubro de 2023, resultou na morte de aproximadamente 46.000 pessoas e no deslocamento de milhões de palestinos. Em resposta ao ataque surpresa do Hamas, que matou 1.200 pessoas e sequestrou mais de 250 reféns, Israel lançou uma campanha de bombardeios aéreos e invadiu Gaza.
Cessar-fogo
O acordo inicial prevê a libertação de 33 reféns israelenses em troca de centenas de prisioneiros palestinos. A primeira fase do cessar-fogo, que dura seis semanas, também inclui a retirada gradual das tropas israelenses de Gaza e um aumento significativo na ajuda humanitária para a região.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comemorou o acordo e destacou a importância da assistência humanitária e da libertação dos reféns. Ele afirmou que o acordo é um passo importante para a paz e a segurança na região:
– “Este acordo é um passo importante para a paz e a segurança na região. A libertação dos reféns e o aumento da ajuda humanitária são cruciais para aliviar o sofrimento humano e iniciar o processo de reconstrução em Gaza.”
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, usou seu perfil na rede social Truth Social para comemorar a aprovação do acordo de cessar-fogo no Oriente Médio e atribuiu o sucesso à sua vitória nas eleições de novembro:
– “Este acordo de cessar-fogo ÉPICO só poderia ter acontecido como resultado da nossa vitória histórica em novembro, pois sinalizou ao mundo inteiro que meu governo buscaria a paz e negociaria acordos para garantir a segurança de todos os americanos e nossos aliados.”
Apesar do alívio, especialistas alertam que o cessar-fogo pode ser apenas uma pausa temporária. Israel não se comprometeu oficialmente a estender a trégua além das seis semanas iniciais, e o Hamas pode usar o período para se rearmar.
Atores importantes
O acordo de paz foi anunciado em Doha, e o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, teve um papel crucial na mediação do conflito:
– “O Catar desempenhou um papel crucial na mediação deste acordo. Estamos comprometidos em garantir que todas as partes cumpram os termos do cessar-fogo para alcançar uma paz duradoura.”
O Egito também desempenhou um papel fundamental, aproveitando sua posição estratégica e suas relações diplomáticas com ambas as partes.
Apesar do temor de que novas hostilidades ainda possam surgir, a notícia traz esperança para a região. A comunidade internacional comemorou o cessar-fogo, e o mundo espera que seja um primeiro passo para uma solução duradoura e para a reconstrução da Faixa de Gaza.
Leia a íntegra do comunicado de Biden.
“Hoje, após muitos meses de diplomacia intensiva pelos Estados Unidos, juntamente com Egito e Catar, Israel e Hamas chegaram a um acordo de cessar-fogo e de libertação de reféns. Este acordo encerrará os combates em Gaza, proporcionará a tão necessária assistência humanitária aos civis palestinos e reunirá os reféns com suas famílias, após mais de 15 meses de cativeiro.
Eu apresentei os contornos precisos deste plano em 31 de maio de 2024, após o qual ele foi aprovado por unanimidade pelo Conselho de Segurança da ONU. Ele é resultado não apenas da extrema pressão sobre o Hamas e da mudança na equação regional após o cessar-fogo no Líbano e o enfraquecimento do Irã — mas também de uma diplomacia americana persistente e meticulosa. Minha diplomacia nunca cessou em seus esforços para concretizar isso.
Mesmo enquanto celebramos esta notícia, lembramos todas as famílias cujos entes queridos foram mortos no ataque do Hamas em 7 de outubro, e as muitas pessoas inocentes que perderam a vida na guerra que se seguiu. Já passou da hora de os combates terminarem e de o trabalho de construir a paz e a segurança começar. Também penso nas famílias americanas, três das quais ainda têm reféns vivos em Gaza e quatro aguardam a devolução dos restos mortais de seus entes queridos após o que tem sido o pior dos horrores imagináveis. Com este acordo, estamos determinados a trazer todos eles para casa.”