A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) oficializou nesta segunda-feira a contratação de Carlo Ancelotti como novo técnico da Seleção Brasileira. O anúncio, feito através de comunicado e um vídeo , encerra uma saga de quase dois anos de negociações e coloca o italiano multicampeão à frente da equipe pela primeira vez na história. Ancelotti, de 65 anos, assinou contrato até o fim da Copa do Mundo de 2026, sediada nos Estados Unidos, Canadá e México, com a missão de reerguer uma seleção que ocupa a 4ª posição nas Eliminatórias Sul-americanas.
Presidente da CBF
Em tom entusiasmado, Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, destacou a contratação como um marco:
– “Trazer Ancelotti é mais do que um movimento tático; é uma declaração ao mundo de que estamos determinados a recuperar nosso lugar no topo. Ele é o maior técnico da história e agora lidera a maior seleção do planeta. Juntos, escreveremos novos capítulos gloriosos”. A fala reflete a expectativa de que o italiano replique seu sucesso em clubes como Real Madrid e Milan, onde conquistou cinco Ligas dos Campeões como técnico.
Perfil de Ancelotti: Uma Carreira repleta de Títulos
Nascido em Reggiolo, Itália, Ancelotti é o único treinador a vencer as cinco principais ligas europeias (Itália, Inglaterra, França, Alemanha e Espanha). Seu currículo inclui passagens por gigantes como Juventus, Chelsea, Paris Saint-Germain e Bayern de Munique, além de dois ciclos vitoriosos no Real Madrid, onde encerrará o contrato após os últimos três jogos do Campeonato Espanhol. Sua estreia pelo Brasil está marcada para 26 de maio, seguida pelos embates contra Equador (5/6) e Paraguai (10/6) nas Eliminatórias.
Missão desafiadora
Ancelotti herda uma equipe em crise . Após campanhas irregulares na Copa América de 2024 e nas eliminatórias, o Brasil acumula apenas duas vitórias em seis jogos na atual fase. A queda de Dorival Júnior, em março, acelerou a busca por um nome de peso. O italiano substitui uma sequência de projetos interinos, incluindo Fernando Diniz, que comandou o time em 2023 enquanto a CBF aguardava a liberação do técnico.
Estrangeiros na História da Amarelinha.
A chegada de Ancelotti rompe uma tradição centenária. Antes dele, apenas três estrangeiros haviam assumido o comando pontualmente:
– Ramón Platero (1925): Uruguaio que dirigiu o Brasil na Copa América, com duas vitórias em quatro jogos.
– Jorge Gomes de Lima (1943): Português que coadjuvou Flávio Costa em dois amistosos.
– Filpo Nuñez (1965)*: Argentino que venceu o Uruguai em um amistoso no Mineirão.
“Ancelotti é o primeiro a comandar de forma permanente, sinalizando uma abertura a novas influências no futebol brasileiro”, analisa o jornalista esportivo Gabriel Neris.
O técnico já iniciou conversas com Rodrigo Caetano (coordenador das Seleções) e Juan (assessor técnico) para definir a primeira convocação, prevista para 26 de maio. Entre os desafios imediatos estão a definição de um estilo de jogo que una a criatividade brasileira à eficiência europeia e a gestão de peças-chave como Vinícius Júnior, recentemente lesionado, e jovens promessas como Endrick.
Repercussão Internacional
A imprensa europeia destaca o ineditismo do movimento. O New York Times ressaltou que Ancelotti abre mão de € 4 milhões anuais para aceitar o projeto. Já o espanhol Marca enfatizou o legado do italiano no Real Madrid: “Ele deixa o clube como lenda, mas o desafio de devolver o Brasil ao hexa é seu maior teste”.
Especialistas apontam que a experiência de Ancelotti em gerir estrelas será crucial.
– “Ele tem a habilidade de equilibrar egos e adaptar táticas às características do elenco, algo vital em uma seleção”, avalia o ex-técnico Felipão.
Porém, críticos questionam se o modelo europeu se adequará à cultura do futebol brasileiro. A resposta começará a ser escrita em junho, nos gramados da Arena Amazônia (contra o Equador) e da Neo Química Arena (frente ao Paraguai).
Com a contratação de um treinador estrangeiro o Brasil busca resgatar seu futebol em um cenário cada vez mais competitivo. A torcida aguarda ansiosa para ver se o “Mestre Carlo” será o arquiteto de um novo capítulo no futebol brasileiro.