Demorou quase três décadas, mas enfim, o Santa Cruz do Jaicó foi premiado pela persistência, pela insistência, e também pela perseverança de jamais desistir, jamais baixar a cabeça diante de qualquer crítica, ou derrota.
Foi uma espera demorada, mas finalmente, o único time que esteve presente em todas as 23 edições do mais antigo e tradicional campeonato de futebol de Regeneração, o Santa Cruz terminou como o grande campeão da 23ª edição do Campeonato de Bairro do CSU.
Como os próprios jogadores costumavam falar ao fim de cada jogo, nenhuma partida do Santa Cruz foi fácil, e a final disputada, na tarde chuvosa desse sábado, 06 de abril, contra o Real Madrid, não ia ser diferente, foi mais um jogo dramático, e o primeiro título do Santinha só veio nas cobranças de penalidades ( 6 X 5), isso depois de muito sofrimento para empatar a partida no tempo regulamentar em 2 x 2.
Raimundo do Morro : era uma questão de honra ganhar um título para o Santa Cruz.
O Campeonato de Bairro do CSU, carrega números históricos e impressionantes, em 2024, o campeonato organizado pelos desportistas Caim Moraes e Ciriaco Araújo, completou quase um quarto de século. Nesses quase 25 anos, a participação de um time também chamou a atenção : desde a primeira edição no ano de 2000, o Santa Cruz, time do presidente Wallison Mangueirão, foi o único clube que nunca ficou fora de nenhum edição do campeonato, e o roteiro não poderia ter sido melhor escrito em 2024, o clube que escreveu a história do CSU, finalmente levantou o troféu de campeão.
Para o lateral Raimundo do Morro, um time com uma história tão bonita e de tanta tradição no futebol de Regeneração, merecia ser campeão do CSU.
– O Santa Cruz é o único time de Regeneração, que nunca ficou fora de nenhum Campeonato do CSU, já eram vinte três anos perseguindo esse título, o Santa Cruz já estava merecendo há muito tempo ser campeão do Campeonato do CSU. Todo mundo ver a batalha, todo mundo ver o esforço do Mangueirão e do Zé da Cruz, são dois caras muito batalhadores, são dois lutadores, que nunca desistiram, e hoje os dois estão sendo recompensados com esse importante título para o Bairro Jaicó . Era uma questão de honra dar um título para o Santa Cruz, eu não podia parar de jogar futebol, sem dar um título para o Santa Cruz, o time mais tradicional de Regeneração, o Zé da Cruz e o Mangueirão merecem muito esse título, disse o lateral direito.
1° tempo.
Com bola rolando, Santa Cruz e Real protagonizaram um jogo eletrizante, a partida terminou com um empate em 2 X 2 no tempo normal, a decisão do título foi então para a marca do pênalti, e só após quase 15 tiros muito bem cobrados, o zagueiro Simonal perdeu a última cobrança para o Real Madrid, e o Santa Cruz sagrava-se pela primeira vez campeão no CSU.
O Santa Cruz vinha em busca de um título inédito e perseguido há duas décadas, por outro lado, o Real Madrid era o atual campeão, e vinha para sua quarta final no campo do CSU.
Entretanto, o Santa veio determinado a levantar seu primeiro troféu, com 6 minutos de bola rolando, o zagueiro João Paulo derrubou o atacante Caio de Arraial, em cima da linha da grande área.
O próprio Caio foi para cobrança de falta , de muito perto, encheu o pé, o chute pegou na veia, a barreira ainda abriu, ou seja, a bola passou pelo paredão humano, e entrou no meio do gol – 1 X 0, Santa Cruz.
Após abri o placar, o Santa Cruz deu uma recuada no jogo, e puxou o Real para o campo de defesa, e o castigo veio aos 18 minutos do primeiro tempo.
Contra-ataque rápido do Real Madrid pelo lado esquerdo, Renildo enxergou Evandro sozinho na entrada da área e fez uma ótima enfiada de bola, o craque dominou sem nenhuma marcação, olhou, e bateu rasteiro com muita categoria, no canto direito de Zé Ricardo, para empatar 1 X 1.
Fala Micael : quero dedicar esse título ao presidente Mangueirão.
Indiscutivelmente, Micael foi um dos melhores jogadores da 23ª edição do Campeonato do CSU, por ter facilidade em se adaptar e jogar em qualquer posição do campo, foi utilizado pelo treinador Carlinhos Tavares, como uma espécie de Coringa, jogou todo campeonato improvisado, e deu conta do recado.
Com o título na mão, a fera que é natural dos Caldeirão ( Angical Piauí), agradeceu a todo grupo e fez questão de dedicar a conquista ao presidente do Santa Cruz, que há muitos anos lutava por um título em Regeneração.
– Primeiro quero agradecer a Deus, esse título foi muito merecido, fomos campeão invictos, fizemos a melhor campanha até a final, mas de nada ia valer a melhor campanha até aqui, se a gente não tivesse saído com o troféu de campeão hoje no CSU. Nesse momento, eu quero agradecer todo mundo do Santa Cruz, todos os jogadores, todos os torcedores, todo mundo que se entregou para sermos campeões, mas eu também quero dedicar esse título ao grande cabeça do Santa Cruz, o Mangueirão, foi um cara que confiou na gente. Eu quase não vinha jogar no Santa Cruz, quando o Jhonatan me ligou, eu tava com o pé em outro time, tava quase fechando com outra equipe, mas pela amizade, escolhi o Santa Cruz, é um time muito unido, a união é muito forte e isso fez toda diferença nessa conquista, e graças a Deus fomos campeões. Um título que eu também quero dedicar a esse cara batalhador, o Mangueirão, há muito tempo ele tava merecendo ser campeão, falou Micael.
Segundo tempo.
De volta para o segundo tempo, o Santa Cruz recebeu logo um balde de água fria no início do jogo.
Aos 03 minutos, o lateral João Vítor, recebeu uma bola de Renildo do lado direito do ataque, e de muito longe, acertou um bonito chute, a bola viajou rasteira, o goleiro Zé Ricardo ainda se esticou todo ,mas não evitou que o chute de longa distância entrasse no canto direito, uma bola indefensável.
Atrás no placar, o Santa Cruz foi para o tudo ou nada, fez um jogo de muito desespero em busca do gol de empate, durante todo a segunda etapa, na tentativa de levar a decisão para a marca do cal.
O campo pesado e enxarcado de lama dificultou muito a vida dos jogadores mais habilidosos do Santa Cruz, se não dava para criar por baixo, uma das alternativas para chegar ao gol do Real Madrid, era bola aérea , e de tanto insistir nessa jogada, deu certo e o Santinha chegou ao gol de empate.
No fim do jogo, faltando dois minutos para o fim da partida, o meia Pedim, arriscou um último cruzamento na área do Real Madrid, o atacante Vinícius de São Francisco do Maranhão, saiu de trás, como um elemento surpresa, se antecipando aos zagueiros do Real e cabeceou bonito, no contrapé do goleiro Mundim e empatou para o Santa Cruz 2 X 2.
Fala Leo : o tricampeonato não veio, mas só tenho gratidão a Deus.
Em 2023 o Real foi o grande campeão do CSU, derrotou o Reggae Dance na final, e levou seu segundo título do torneio.
Em 2024, o time da Chapadinha dos Paulinos vinha em busca do tricampeonato, mas esbarrou diante do Santa Cruz, nas cobranças de pênaltis – 6 X 5.
Apesar da derrota, no fim do jogo, o Presidente do Real Madrid, Seu Léo, disse que sai satisfeito com a campanha do time , não sai do CSU 2024 com sentimento de derrota, pelo contrário, de acordo com o cartola, tudo que ele mais tem nesse momento é gratidão a Deus e seus jogadores.
– Meu sentimento é de gratidão, agradecer a Deus, eu sou um cara muito grato a Deus e tenho muito isso comigo, temos que agradecer a Deus quando ele dar e quando ele não nos dar, porque a obra de Deus, ela é perfeita, então, sobre o campeonato, eu tenho gratidão, agradecer a organização, agradecer meus jogadores. Faz parte do futebol, hoje a gente ganha, amanhã a gente perde, mas é vida que segue, o futebol em si é gostoso por isso, porque nem sempre você vence, as vezes você perde, é doloroso, mas é seguir de cabeça erguida, o Real é um time grande e não vai se abater com essa perda, falou Léo.
Confira abaixo como foi toda campanha do Santa Cruz do Jaicó, rumo ao inédito título da 23ª edição do Campeonato do CSU.
1ª fase.
Santa Cruz 5 X 3 Real Madrid;
Santa Cruz 2 X 0 Mata;
Santa Cruz 5 X 3 Cajuína Mandú.
Semifinais.
Santa Cruz 4 X 3 Treze de Maio.
Grande final.
Santa Cruz 0 X 0 Real Madrid.
Pênaltis.
Santa Cruz 6 X 5 Real Madrid.
Elenco campeão.
Goleiros : Zé Ricardo e André de São Francisco do Maranhão.
Jogadores de linha.
Naca, Micael, Badinha, Raimundo do Morro, Ramires, Silvio, Otavio, Pedim, Caio de Arraial, Pão, Vinícius, Jhonatan Lamarque, João Pedro dos Calderão, Ruan, Zé da Cruz, Matheus, Kesley, Isac e Mangueirão.
Comissão Técnica:
Treinador : Carlim Carioca.
Auxiliar técnico : Zé da Cruz.
Com título, o Santa cruz levou cinco mil reais para casa, o vice Real Madrid, embolsou três mil.
Veja abaixo imagens da grande festa de confraternização do Santa Cruz e da grande final do CSU.
