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Trump propõe plano para o fim da guerra em Gaza com anistia ao Hamas e governo transitório liderado por ele

Uma nova proposta para o fim da guerra reacende as esperanças de um cessar-fogo duradouro na Faixa de Gaza. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou um plano abrangente de 20 pontos para encerrar o conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas. A proposta, revelada após uma reunião com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na Casa Branca, inclui a criação de um governo transitório internacional liderado por Trump e a exclusão do Hamas da futura administração do território.

Um plano ambicioso com apoio internacional

O plano, batizado de “Conselho da Paz”, prevê a formação de um comitê de transição composto por tecnocratas palestinos e especialistas internacionais, supervisionado por Trump e pelo ex-premiê britânico Tony Blair. A proposta foi recebida com entusiasmo por líderes europeus e árabes. Emmanuel Macron, presidente da França, declarou que o plano “pode ser um ponto de virada”. Já o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou que o esforço americano é “profundamente bem-vindo”.

Oito países de maioria muçulmana — incluindo Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos — também expressaram apoio, destacando os “esforços sinceros” de Trump para pôr fim à guerra.

Condições para o cessar-fogo

Entre os principais pontos do plano estão:

Cessar-fogo imediato com suspensão de todas as operações militares.

Libertação de todos os reféns israelenses, vivos ou mortos, em até 72 horas após a aceitação do acordo.

Troca de prisioneiros, incluindo 250 palestinos condenados à prisão perpétua e 1.700 detidos desde o ataque de 7 de outubro de 2023.

Anistia a membros do Hamas que depuserem armas e se comprometerem com a paz.

Ajuda humanitária ampliada, coordenada pela ONU e pelo Crescente Vermelho.

Desmilitarização completa de Gaza, com destruição de túneis e infraestrutura bélica.

Criação de uma força internacional de estabilização, com apoio de países árabes e treinamento de forças policiais palestinas.

Gaza reconstruída e sem expulsões

Diferente de propostas anteriores, o plano afirma que “ninguém será forçado a deixar Gaza”. Trump declarou: “Queremos que as pessoas fiquem e construam uma Gaza melhor”. A proposta inclui zonas econômicas especiais e incentivos para investimentos internacionais, com o objetivo de transformar Gaza em um polo de desenvolvimento.

Tony Blair pode liderar Gaza na transição,

O ex-premiê britânico, Tony Blair, que já atuou como enviado especial da ONU para o Oriente Médio, pode assumir a liderança da autoridade transitória. Embora seja respeitado por líderes israelenses, sua imagem entre os palestinos é controversa, especialmente por seu papel na Guerra do Iraque. Mustafa Barghouti, da Iniciativa Nacional Palestina, criticou a escolha: “Já estivemos sob o colonialismo britânico. Blair tem uma reputação negativa aqui”.

Reações divergentes

Netanyahu apoiou o plano, mas deixou claro que Israel manterá uma presença militar no “perímetro de segurança” de Gaza até que o território esteja livre de ameaças. “Isso pode ser feito da maneira fácil ou da difícil”, afirmou o premiê, referindo-se à aceitação ou rejeição do plano pelo Hamas.

O grupo palestino, por sua vez, declarou que ainda não recebeu oficialmente o documento, mas que irá analisá-lo. A Jihad Islâmica, aliada do Hamas, rejeitou a proposta, classificando-a como “uma fórmula para incendiar a região”.

Estado palestino ainda é uma incógnita

Embora o plano mencione a possibilidade de um “caminho confiável para a autodeterminação palestina”, não há compromisso claro dos EUA com o reconhecimento de um Estado palestino. Trump criticou países que apoiaram essa ideia, afirmando que seria um “prêmio ao terrorismo”.

Netanyahu reforçou sua oposição: “Nos oporemos firmemente a um Estado palestino. Não permitiremos que nos enfiem um Estado terrorista goela abaixo”.

Pressão diplomática

O anúncio ocorre em meio ao crescente isolamento internacional de Israel, com países europeus reconhecendo o Estado palestino e críticas à condução da guerra. A ONU classificou a situação em Gaza como genocídio, acusação rejeitada por Israel.

Trump, por sua vez, tenta reposicionar os EUA como mediadores do conflito, após propostas anteriores fracassarem. “Estamos muito perto da paz verdadeira, não uma paz de tolos”, declarou.

O plano de Trump representa uma mudança significativa em relação a suas propostas anteriores, que incluíam a expulsão em massa de palestinos. Agora, o foco está na reconstrução, na coexistência e em uma transição política supervisionada internacionalmente. Resta saber se o Hamas aceitará os termos e se a comunidade internacional conseguirá garantir sua implementação.

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Um pouco sobre nós

José Pereira

O editor e fundador do portal bruenque.com.br. Há duas décadas joga no time do jornalismo da Rádio Tribuna de Regeneração: produziu e editou milhares de matérias, reportagens e entrevistas ao longo de 23 anos atuando na área.

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