O jornalista Julian Assange provou por A mais B com documentos irrefutáveis, que os Estados Unidos cometeram crimes de guerra no Iraque e no Afeganistão, assassinaram mulheres, crianças, jornalista, espionaram governos, e muito mais. Tudo isso passando por cima dos mais sagrados princípios do direito internacional.
No mínimo pela coragem e o fantástico trabalho jornalístico, pelo furo de reportagem, investigativa. Mostrar o que ele mostrou para o mundo, mereceu um Pulitzer, ou um Emmy Internacional. Ao invés disso, foi transformado num criminoso pelos que se dizem os maiores defensores da liberdade de expressão e a informação jornalística no planeta.
Foram 1901 dias preso, quase 15 anos fugindo da injustiça americana, mas nesta Terça-feira, 25, finalmente Julian Assange, o fundador do WikiLeaks, deixou a prisão de Belmarsh, na Inglaterra, lugar onde estava preso há mais de cinco anos.
A liberdade só foi possível, após Assange fazer um acordo com o governo dos Estados Unidos, concordando em se declarar culpado em uma das 18 acusações contra ele, pelo crime de conspiração na divulgação de documentos militares secretos da Casa Branca.
Para evitar a extradição para os Estados Unidos, e uma sentença de prisão que poderia chegar a quase 200 anos, na noite desta terça-feira, 25, em um Tribunal dos Estados Unidos, nas Ilhas Marianas do Norte, Julian Assange se declarou culpado da acusação de espionagem. Um crime que não cometeu.
– “O mundo está um pouco melhor e menos injusto hoje. Julian Assange está livre depois de 1.901 dias preso. Sua libertação e retorno para casa, ainda que tardiamente, representam uma vitória democrática e da luta pela liberdade de imprensa”, comemorou a liberdade do jornalista, o presidente Lula, de suas redes sociais.
Entenda mais sobre o caso
Em 2006, o jornalista Julian Assang, fundou o WikiLeaks, (uma fundação sem fins lucrativos) na época, a promessa era que o site seria um espaço seguro para o vazamento de documentos sigilosos de governos.
Tudo ia muito bem com WikiLeaks até Assang receber em 2010, de agentes da própria agência de espionagem americana, ou seja, espiões de dentro do Pentágono, e divulgar quase 700 mil documentos secretos, que mostravam crimes muito graves cometidos pelo governo Norte Americano.
Desde então, o governo americano passou a perseguir de forma implacável o jornalista, exigiram sua prisão e extradição para o país.
Exilado na embaixada do Equador
Julian Assange chegou a ficar sete anos refugiado na embaixada do Equador em Londres, mas acabou sendo preso quando o governo do Equador suspendeu o asilo, indo em seguida parar na prisão de segurança máxima – Belmarsh, no Reino Unido.
Herói ou vilão.
Julian Assange sempre disse que foi simplesmente um jornalista, que estava cumprindo um trabalho público relevante de divulgar crimes cometidos pelo governo norte americano, nas guerras do Afeganistão e do Iraque e outras partes do mundo.

Após assumir a culpa por essa única acusação: conspiração para obter e divulgar documentos classificados pela defesa americana, o ativista foi sentenciado com 6 anos e 2 meses de prisão, tempo que ele já cumpriu no Reino Unido. Em seguida foi oficialmente liberado e seguiu para Austrália, país onde nasceu, e onde já desembarcou nesta quarta-feira, na capital Camberra.
Provas de crimes
Os 700 mil documentos militares divulgados por Julian Assange, não eram apenas documentos secretos, eram provas de crimes. O fundador do WikiLeaks divulgou provas de que os Estados Unidos cometeram crimes, incluindo crimes de guerra como tortura e assassinatos.
Em um dos muitos crimes revelados, o site vazou um vídeo em que doze pessoas (civis iraquianos e jornalistas da agência Reuters) são mortos de maneira injustificável em um ataque de Helicóptero, em Bagdá, capital do Iraque.
Mas não para pôr aí, Assange mostrou que a Casa Branca foi além. Por exemplo, era a regra o serviço secreto americano colocar grampos no telefone de chefes de estado de outros países, duas dessas altas autoridades que tiveram os aparelhos grampeados, foram as então presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e a Chanceler da Alemanha, Angela Merkel.
Quem é o criminoso da história, o jornalista que revelou a verdade ao mundo, ou governo dos Estados Unidos e sua descontrolada máquina de guerra e espionagem?